Ninguém quer ter a dor de cabeça de reformular a marca depois da conquista de mercado, muito menos de enfrentar um processo judicial de surpresa. Hoje trouxemos histórias de empresas que tiveram problemas com logotipos.
Meta
O Facebook, que agora é Meta, teve problema com dois logos que eles lançaram. A viralização do caso aconteceu, como na maioria das vezes, através de tweets provocativos.
Calma que explicaremos os dois casos abaixo…
Calibra
Calibra é uma carteira digital que o Facebook criou. O Banco Digital Current moveu um processo contra o Facebook alegando, nas palavras do próprio CEO do Current, “violação de marca registrada, concorrência desleal e falsa indicação para a designação de origem”.
O mais curioso a respeito desse caso, é que ambos os logotipos foram criados pela mesma empresa, a Character.
Desfecho:
Como uma tentativa de “esquecer a história” maquiada de reposicionamento, o Facebook mudou o nome da carteira digital, Calibra, para Novi.
O esclarecimento público da direção da empresa diz que a mudança foi realizada porque perceberam que o nome “Calibra” era parecido demais com “Libra” (antiga criptomoeda do Facebook). Mais uma dessas histórias que ninguém acredita, mas deixa passar.
Para compor o logo da Novi, usaram elementos do logo da Libra (que mais tarde virou Diem), e mantiveram a cor da Calibra.
Tanto a criptomoeda Diem quanto a carteira digital Novi já estão canceladas. A data de encerramento da Novi é dia 1º de Setembro, se você tem algum dinheiro lá, saque logo.
Meta
O caso do Logo do Meta é mais complexo. Empresas com o logo semelhante se manifestaram contra o novo logo do Meta, uma delas, a Millenium Group, ameaçou processar por plágio.
Como não achei datas precisas das criações dos logos, abri a Facebook Page das 3 empresas para pegar a data de postagem dos avatares com o “M do Meta” .
*Essa versão do logotipo da Masiv foi atualizada em Setembro de 2020, porém, o primeiro avatar onde o logotipo usa o símbolo do infinito é de Janeiro de 2020.
Analisando as datas, podemos concluir que, se a Millenium Group processar e ganhar, a Masiv teria que receber uma porcentagem por direito.
No post “Casos de Logotipos Parecidos“, mostramos o quão arriscado é criar logotipo com iniciais.
E não para por aí…
Enquanto a Millenium ensaia o processo, a Dfinity, que registrou seu logotipo em 2018, já registrou queixa contra o Meta no Tribunal Distrital dos Estados Unidos do Distrito do Norte da Califórnia, alegando que a marca sofreu danos irreparáveis após o “plágio” do logotipo, que comparamos abaixo:
Essa tentativa de monopolizar o símbolo do infinito parece piada. O infinito é um símbolo genérico usado por muitas empresas e, inclusive, é distribuído como vetor em bancos de imagem pagos e gratuitos. No Pinterest da Vexels temos exatamente a mesma ideia, mas, com a técnica que possibilita o uso no monocromático:
Uma busca rápida no Google Imagens por “infinity logo” também traz resultados muito semelhantes ao logo da Dfinity:
Além disso, o conceito do logo do Meta é diferente do logo da Dfinity, faria mais sentido um registro de queixa das 3 empresas citadas anteriormente. Masivan, Millenium Group, M-Sense e Meta compartilham do mesmo conceito de usar o símbolo do infinito para formar a letra M.
Lake Mary High School
O colégio, que fica na Flórida, ficou conhecido internacionalmente após a polêmica com a Chrysler envolvendo a marca Dodge.
Não precisa ser nenhum expert para perceber que o carneiro selvagem da Dodge é o mesmo no logotipo atlético da Lake Mary High School.
O mais intrigante é que, quando a Chrysler moveu o processo contra o colégio por uso da marca sem permissão, a mídia colocou a fabricante como errada, com afirmações do tipo “A Chrysler não tem coisas melhores para fazer?” quando a culpa deveria ser dividida entre quem copiou a marca, e a equipe do colégio que aprovou a proposta.
Após ser obrigada pelo Conselho do Condado de Seminole (Flórida) a remover o logotipo da Dodge RAM do ginásio, camisetas, bancos, tapetes de luta e pistas, o colégio respondeu que o custo para a remoção seria muito alto.
Desfecho:
Como a Chrysler estava sendo impactada pela revolta da população local, que direcionava a raiva aos revendedores locais, a fabricante fez um acordo com o colégio permitindo o uso logo nos equipamentos (que já estavam personalizados) até a deterioração dos mesmos, promovendo uma parceria entre ambas as partes.
Acredito que a ideia foi posicionar a marca Dodge Ram como “patrocinadora” dos eventos esportivos no colégio, dessa forma, a imagem da Chrysler seria retratada com os moradores locais, e o uso do logo da Dodge no colégio teria um impacto positivo para a fabricante.
A Lake Mary High School admitiu ter copiado o carneiro (o que já não era segredo), algumas fontes afirmam que a Chrysler pagou pela construção do novo logotipo atlético do colégio, mas, segundo o Wikpedia, o logotipo foi criado pela Global Village Concerns, que é (ou parecia ser) uma ONG especializada em marketing para escolas. Porém, o site “Vip Branding” exibe o redesign do logo da Lake Mary High School no portfolio:
O novo logotipo tem muito mais cara de time universitário americano e cumpre bem o seu papel. Mas por ser um caso de alta repercussão, senti falta de mais informações sobre os designers e o processo de criação na internet.
Aprender com o erro dos outros é menos dolorido, os casos acima podem servir de exemplo para que você escolha bem quem vai criar a sua marca.