Sei que está difícil vender um logotipo pelo preço que vale, mas antes de pensar em abaixar o preço do seu serviço, confira os maiores investimentos já feitos por grandes empresas. Talvez você se anime sabendo que existem empresas dispostas a investir tanto em imagem.
Sabemos que quem realmente valoriza a marca, nunca vai olhar os custos com imagem como gasto, e sim, como investimento. Se você só consegue clientes que estão acostumados a pagar 3 dígitos, ou até mesmo, 2 dígitos por um trabalho que você dedica dias, semanas e até meses para realizar, você ainda não encontrou os clientes certos.
Nos maiores investimentos em logotipos citados abaixo, está incluso a verba que a empresa disponibilizou para que os profissionais fizessem o trabalho, isso pode incluir o design, redesign, rebrand, praça e tudo que envolveu imagem em cada projeto. Leia os detalhes de cada tópico para entender melhor.
Symantec
$1.280.000.000,00
Um bilhão e duzentos e oitenta milhões de dólares
Mais de 7 bilhões de reais
Provavelmente, você conhece a Symantec pelo Norton Anti-Vírus. E esse foi o valor que a empresa investiu para poder usar esse símbolo de check no logotipo. Não, a Symantec não pagou esse valor pela criação do logotipo, mas sim, pelo logo que ela usa hoje no seu logotipo.
Em 2010, a Symantec comprou a uma unidade de certificação de SLL da VeriSign e, junto à operação, os direitos para usar a marca que já era símbolo de confiança. Essa transação bilionária prova a importância que um logo pode trazer à imagem de uma empresa.
Não confunda! A VeriSign não virou Symantec e a Symantec não comprou a VeriSign. Ambas continuam suas atividades separadamente e, óbvio que, a VeriSign não utiliza mais o logotipo acima.
British Petroleum
$210.000.000,00
Duzentos e dez milhões de dólares
Mais de 1 bilhão de reais
No investimento milionário da empresa britânica de energia, British Petroleum, esteve incluso a criação da nova marca e a substituição da marca antiga pela nova em todos os pontos necessários.
A Britsh Petroleum veio de uma linha de 4 redesigns que seguiram a mesma linha com o mesmo “escudo” e estilo de fonte, um símbolo que foi reconhecido durante 70 anos. O desafio de mudar a marca de forma radical foi uma tarefa da Landor Associates, que hoje é Landor & Fitch.
A ideia principal era desassociar a imagem da bp como causadora de danos ao meio ambiente, buscando um logo que trouxesse imagem ambientalista. O rebranding contou com uma campanha associando a empresa à energia solar, recursos naturais e responsabilidade social.
No próprio site da bp, eles chamam o logo de “Helios” (em homenagem ao deus do sol na Grécia). O logo tem vários significados, mas o principal é a representatividade do sol (por ser a maior fonte de energia do planeta).
Não sei se o investimento para melhorar a imagem da empresa funcionou para eles, mas, para os ambientalistas, não funcionou. Várias campanhas criativas usaram o próprio logo “Helios” contra a bp.
Acredito que, nas diretrizes, tenha especificações proibindo a aplicação do logo na cor preta, para que a marca não seja associada à poluição.
Accenture
$175.000.000,00
Cento e setenta e cinco milhões de dólares
Mais de 900 milhões de reais
Accenture é uma empresa de capital aberto, considerada hoje, a maior empresa de consultoria do mundo.
O redesign tem origem em uma mudança de nome que, para ser compreendida, temos que voltar um pouco na história e entender quem foi Arthur Andersen.
A empresa de Arthur Andersen nasceu em 1913 em sociedade com Clarence DeLany, com foco em serviços de contabilidade devido à demanda necessária, pois, no mesmo ano, o governo federal havia estabelecido impostos sobre empresas. Após a saída de Clarence DeLany, em 1918, a empresa se tornou Arthur Andersen & Co.
Arthur Andersen faleceu em 1947, mas seu legado continuou por muitos anos, além disso, a reputação que ele construiu durante anos se consolidou como marca, trazendo confiança junto ao nome Andersen.
A empresa continuou se desenvolvendo em novos negócios e divisões. A divisão de consultoria se estabeleceu em 1988 como Andersen Consulting, levando, como assinatura, o nome Arthur Andersen & Co.
Após uma década, Andersen Consulting havia crescido e ampliado o foco, fornecendo uma gama completa de soluções tecnológicas. Devido o crescimento independente e o faturamento bilionário, a divisão conquistou o direito de operar separadamente da Arthur Andersen & Co, porém, pagariam 15% dos lucros para continuar utilizando com o nome Andersen que era sinônimo de honestidade e confiança.
Foi então que, em 2000, ocorreu um concurso interno para a escolha de um novo nome para a empresa, que foi vencido pelo funcionário norueguês, Kim Petersen, que sugeriu o nome Accenture. O nome mistura o ac do logo anterior, a palavra accent e a palavra future, sugerindo “Accent on the future” que seria algo como “Foco no futuro” ou “Destaque para o futuro“. Como o foco da empresa estava mais em tecnologia do que em consultoria, o nome consulting já não fazia tanto sentido. Assim, escolha de Kim Petersen foi adotada.
O novo logotipo foi recebido pelo público com muitas críticas por ser muito simples, mas ele foi aprovado após dezenas de rejeições. O design do logo custou US$100.000.000,00 (cem milhões de dólares) e foi desenvolvido, também, pela Landor & Fitch (British Petroleum).
Os mais de 175 milhões de dólares investidos
Dentro do valor está incluso todo o processo de criação da marca, pesquisa de marketing (que foi extremamente necessária) e rebranding.
Uma empresa com uma carteira de clientes fidelizados não pode simplesmente mudar de nome. Todo o relacionamento com os clientes deve ser trabalhado de forma que a mudança de nome não afete a reputação construída ou a confiança na marca, afinal, atuar de forma independente da Arthur Andersen era algo bastante ousado.
A preparação para o novo nome começou muito antes do mundo saber qual seria o novo nome da Andersen Consulting. Se preparando para focar ainda mais no mercado tecnológico, os anúncios foram trabalhados envolvendo a data 01/01/2001 usando um trocadilho com os dois dígitos binários: 01.01.01.
Outro trabalho fundamental da equipe do marketing, foi garantir que o novo nome não tivesse nenhum duplo sentido ou significado desfavorável em nenhum dos 47 países onde a empresa já estava presente.
Em 1º de Janeiro de 2001 (01.01.01) foi anunciada ao mundo a Accenture.
Curiosidade
Em 2001, a Arthur Andersen foi envolvida no caso Enron, um dos maiores escândalos empresarias da história, sendo condenada por fraude contábil em 2002 e inocentada mais tarde, em 2005.
Se separar da Arthur Andersen um ano antes do escândalo foi uma escolha tão sábia, que acabou saindo barato pagar 175 milhões para mudar o nome.
Redesign
Em 2017, a o logotipo foi repaginado, abandonando a única característica que lembrava o antigo logo de 1998:
O novo logotipo manteve as mesmas características, alterando apenas a fonte e a espessura dos elementos.
A empresa adotou a cor azul em 2018, porém, hoje, utiliza a cor roxa no sinal “>” e na identidade visual.
Posten Norge e Bring
$55.000.000,00
Cinquenta e cinco milhões de dólares
Mais de 300 milhões de reais
O rebrand do Correio Norueguês também está na lista dos logotipos mais caros. O Posten Norge veio de uma linha de redesigns que seguiram o mesmo padrão desde o início da companhia. O símbolo do correio foi, por mais de um século, a trompa com a coroa em cima, e acredito que o maior desafio nesse rebranding foi acostumar a população norueguesa com algo totalmente diferente do que eles conviveram a vida inteira.
O projeto foi executado pelo diretor de arte norueguês Anders Nord e levou 6 anos para ser concluído. O rebrand incluiu mais de 10 mil veículos, 80 toneladas de uniformes, mais de mil agências de correio e mais de 270 contêineres. Um trabalho que exigiu 1.500 páginas de diretrizes da marca.
O projeto detalhado você pode conferir no portfolio do próprio Anders.
ANZ
$15.000.000,00
Quinze milhões de dólares
Mais de 80 milhões de reais
O banco australiano ANZ (Australia and New Zealand Banking Group Limited) teve o novo logotipo desenvolvido pela M&C Saatchi Group.
O novo logo teve a missão de representar o 3 principais mercados alvos do banco, que envolve a Ásia-Pacífico, Austrália e Nova Zelândia. Pensando nisso, a M&C Saatchi optou por usar uma lótus de três pétalas que sugere, também, uma pessoa no espaço negativo. O tipo foi reestilizado mantendo a haste central do N “por cima” da linha que “corta” as letras, fazendo menção aos dois logos antecessores em respeito ao legado do banco.
BBC
$1.800.000,00
Um milhão e oitocentos mil dólares
Mais de 9 milhões de reais
Os redesigns do logotipo da BBC divide opiniões entre o público e até entre designers. Há quem diga que é dinheiro jogado fora, e há quem defenda que existe um conceito por trás. Independente de qualquer argumento, podemos aprender muito com a história do logotipo da BBC.
O responsável pelo projeto foi o designer britânico Michael Peters, cofundador de agências como, Identica e Michael Peters & Partners. Tendo consciência do peso do nome por trás do redesign, podemos imaginar que o projeto não tenha sido tão simples quanto parece. Dessa forma, entendemos que, quando a empresa tem um legado, não adianta querer inventar.
Desde 1958 a BBC mantém o logotipo com 3 quadrados com as letras vazadas. Mudar a marca inovando para algo diferente não seria uma atitude sábia e, provavelmente, houve uma pesquisa de marketing para provar isso.
Redesign
Um novo redesign foi feito 24 anos depois (2021), e causou ainda mais polêmica apesar de ter custado apenas 50 mil libras. Citamos esse redesign no post: “Redesigns polêmicos que não agradaram o público“.
Se você pretende entrar para a lista dos logos mais caros, não vai esquecer de contratar a Fariart pro projeto, hein?
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